Você sabe o que é autocontrole?


Quando você pensa em autocontrole qual é a primeira coisa que vem a sua cabeça? Poderia ser determinação, controle sobre si mesmo, autodomínio, equilíbrio, força de vontade ou melhor: sensatez?

 Acredita que autocontrole é algo inato? Ou você nasce com isso ou morre tentando? Qualquer que seja sua resposta, este artigo tem por objetivo esclarecer um pouco mais sobre este comportamento tão essencial na busca dos nossos objetivos pessoais e profissionais. E, além disso, trazer uma boa notícia para vocês, na perspectiva da Análise do Comportamento, autocontrole é um comportamento que pode ser aprendido! 

 Mas o que é este comportamento? De acordo com Moura, "autocontrole é definido como uma habilidade específica ou "conjunto de comportamentos necessários para manter um comportamento direcionado para uma meta" (Rosenbaum & Baker, 1984). Definido desta forma, o autocontrole se constitui de habilidades abertas e identificáveis que podem ser ensinadas".

Já Cruz (2006) traz que, "Skinner afirma que o comportamento de autocontrole está diretamente relacionado a uma escolha de respostas concorrentes: pode ser que o indivíduo tenha que escolher entre duas respostas que levem a conseqüências com o mesmo valor, ou a uma resposta que seja reforçada imediatamente e punida em longo prazo, ou vice versa."

 Lembra que eu falei sobre a concorrência de atividades aversivas e prazerosa neste texto sobre procrastinação? Então, resumindo autocontrole não é inato, é uma habilidade que podemos aprender e está diretamente ligado as escolhas entre fazer algo prazeroso ou algo aversivo. E nesta dicotomia, há ainda outro caminho: efetuar uma ação que adie a tarefa.

 Porém, não somos isento de autocontrole, imagine o momento em que mantemos o comportamento de ir trabalhar (ir ao trabalho mesmo que não seja prazeroso é uma meta alcançada por você), entretanto, algumas tarefas são adiadas dentro do trabalho. Outro exemplo é praticar atividade física (meta alcançada), porém não consegue seguir a alimentação que você considera saudável ou vice-versa. Ser compreensivo com as pessoas no trabalho, mas não tem o mínimo de compreensão para com os familiares e amigos (Você acabando tendo prejuízos na vida pessoal). Viu? Há coisas que fazemos facilmente e outras que são muito difíceis de fazer. 

 Mas o que precisamos fazer para aprimorar esta habilidade? Não é uma tarefa fácil, porém, é possível aprimorar. Vamos lá, tem um passo-a-passo basicão. Entretanto estes passos aqui compartilhados podem variar conforme seja seu objetivo, na dúvida, procure um profissional! Neste caso, este artigo está mais focado em produtividade para adquirir conhecimento, ou seja, estudar! Vamos aos passos?


  1.  O mais importante de tudo é aprimorar nosso autoconhecimento (Isso é sério? Deu preguiça aqui. Haha sério, não há ferramenta mais poderosa que autoconhecimento). Se conhecer é importantíssimo, mas nem sempre são só flores. É entrar em contato com suas luzes e trevas. É entender se você ama o caminho profissional que está seguindo. É perceber se os seus objetivos são do seu interesse ou você está sendo levado pela corrente "todo mundo tá fazendo, então vou fazer". Se suas decisões são reflexos do que você deseja ou de algum relacionamento próximo. Autoconhecimento não vai te isentar de erros, mas vai permitir fazer escolhas mais assertivas e ter carinho com você. 

  1. Analise seus excessos (Passo muito tempo na netflix) e déficits (Deveria ler mais artigos) comportamentais. Conforme Paula Grandi (2015): "Pensando naquele comportamento que você quer mudar: Quando e onde ele ocorre? (antecedente). Como você se comporta? Com que frequência este comportamento ocorre? (resposta). O que acontece em seguida? (consequência). Resumindo: o que será que controla este comportamento?". Ou seja, o que faz com que você se comporte de dada maneira, é o horário? É a fome? O cansaço? Seu humor? E o que você ganha/perde com este excesso ou déficit comportamental?
  2.  Defina o que é mais importante! Escolher algo sempre é renunciar a outra coisa. Ai você vai lá e faz uma lista de dez coisas que você tem por objetivo (#Todosriemdenervoso). Se você não está conseguindo seguir uma desses objetivos meu caro, como você vai conseguir seguir dez ao mesmo tempo? Vamos por parte, faça um ranking desta lista e veja quais são os mais importantes. E escolha por ordem de facilidade, para você ir se motivando ou de importância/urgência, de acordo com a sua realidade. 
  3. Seja realista! Perceba onde você está hoje e para onde deseja ir. Preste atenção no seu ponto de partida, caso você sinta a necessidade de ler mais artigos ou livros (Comportamento alvo), procure saber quantos artigos e livros você leu nos últimos seis meses (O que você fez até agora?). E assim fazer uma média da quantidade que você deseja alcançar (Leu 15 artigos em seis meses, talvez você possa ler 20 ou 25 nos próximos meses). Desta forma, você constrói uma meta realista, que te force a ir além, mas não faça algo mirabolante que talvez você não alcance e te faça ficar frustrado ou desmotivado. Lembre-se para alcançar seu objetivo é necessário dispensar tempo e readequar sua rotina, pois a maioria dos objetivos só são alcançados a longo prazo. 
  4. Defina estratégias: Quais as estratégias serão utilizadas para alcançar seu objetivo? Desligar o celular, estudar com um amigo, escrever artigos para uma rede social sobre aquele tema (O que implica em pesquisa e conhecimento do tema). Uma técnica de produtividade que eu curto bastante é a técnica pomodoro e para estudar o ciclo de estudos
  5. Dê feedback a si mesmo: Moura traz que ao avaliar suas atividades através do feedback (falando com consigo mesmo) e a se auto-avaliar (julgando sua própria competência ) aumenta a probabilidade de torna-se alguém mais apto a aprimorar e refinar sua conduta com base em sua própria percepção. Reflita sobre suas ações! Se você acredita que precisa de ajuda, procure uma psicóloga (o) para te ajudar na sua jornada, não é fraqueza ou "falta de força de vontade" (pois já aprendemos que isto não é inato né coleguinhas?). É uma estratégia que você está lançando mão para alcançar seus objetivos e se conhecer! 
Então, essas foram as dicas, me esforcei ao máximo para facilitar a compreensão do texto, mas caso ainda tenham dúvidas me mandem. 


 E fica aqui a pergunta: Este texto mudou sua visão sobre autocontrole ou você pensa diferente do que proposto aqui?

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Referências:
 GRANDI, Paula. Autocontrole: a Análise do Comportamento pode ajudar? Site Comporte-se. Mar. 2015. Disponível em: https://www.comportese.com/2015/03/autocontrole-a-analise-do-comportamento-pode-ajudar

  MOURA, Cinthya Borges de Moura. Desenvolvendo o autocontrole em crianças. Revista Brasileira de Medicina em Pediatria. Disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=694 
 CRUZ, Robson Nascimento da. Uma introdução ao conceito de autocontrole proposto pela análise do comportamento. Rev. bras. ter. comport. cogn., São Paulo , v. 8, n. 1, p. 85-94, jun. 2006 . Disponível em . acessos em 07 out. 2018.

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